Tenho má memória. Esqueço-me das coisas com muita facilidade. São nomes, caras, momentos que se perdem nos meandros do meu hipotálamo. Este pequeno órgão, que se encontra nas entranhas do cérebro, bem lá dentro e longe do córtex frontal, pensa-se que é essencial para preservar memórias, também é fundamental noutras funções fisiológicas essenciais, e é muito importante nas reacções emocionais. O meu hipotálamo funciona mal, muitas vezes sou obrigado a sorrir a perfeitos estranhos. Sem sabendo com quem estou a falar, uso alguns truques para iludir os meus interlocutores de forma que estes não se apercebam que simplesmente os esqueci. È muita falta de educação não se lembrar de uma pessoa, parece que faço de propósito, quando simplesmente e provavelmente, trata-se de um processo químico que ocorre no meu hipotálamo. Devo dizer, no entanto, que não me esqueço de tudo, a minha falta de memória é cruelmente selectiva. Lembro-me perfeitamente dos bons momentos, e isso por vezes remete-me para uma nostalgia doentia. Fico apático por lembrar de certos momentos, de certas pessoas, de episódios que não voltarão a se repetir.
Ter uma má memória é-me essencial para uma ter uma certa higiene mental. No mundo social é suicida não se lembrar das coisas e pessoas, mas na privacidade e na intimidade pode ser muito útil ter má memória. Existe uma sensação de frescura quando fazemos as coisas. Há mais prazer em tudo. Ter má memória permite ter relações mais sólidas porque atenua a rotina. Ter má memória também é útil quando o nosso património emocional está de rastos. È óptimo não se lembrar daquelas pessoas que não gostamos, ou que já gostamos muito e não gostamos mais. Ter má memória salvou-me a vida muitas vezes.
Ter uma má memória é-me essencial para uma ter uma certa higiene mental. No mundo social é suicida não se lembrar das coisas e pessoas, mas na privacidade e na intimidade pode ser muito útil ter má memória. Existe uma sensação de frescura quando fazemos as coisas. Há mais prazer em tudo. Ter má memória permite ter relações mais sólidas porque atenua a rotina. Ter má memória também é útil quando o nosso património emocional está de rastos. È óptimo não se lembrar daquelas pessoas que não gostamos, ou que já gostamos muito e não gostamos mais. Ter má memória salvou-me a vida muitas vezes.
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