Pertinência é a palavra certa para a questão que eu coloquei. Muitos dirão que o vocábulo conveniente seria absurdo, outros, mais sensatos, estupidez. Sensatez porém, devo confessar, não é o meu forte. È de uma elementar importância discutir o novo cartão do cidadão, e aludir o objecto de inveja do sexo feminino, na opinião de Freud - não confundir com a minha - é uma maneira pueril mas suponho que eficaz de alertar para o problema. O novo cartão do cidadão poderá ser um atentado a privacidade dos cidadãos e provavelmente uma das medidas mais persecutórias do governo PS de José Sócrates. Em países civilizados como o Reino Unido ou a Noruega não existem sequer Bilhetes de Identidade. Cá em Portugal pretende-se avançar para um cartãozinho modernaço, com chip e tudo, que conterá uma base de dados extensiva com muita informação privada, confidencial e restrita. Lentamente mas inexoravelmente estamos entregando para as mãos de um escol, informação nossa e somente nossa. Sem nos apercebemos abdicamos de direitos e garantias. Eu consigo contar com os dedos de uma mão as pessoas que conheço que estão a par dos problemas que o cartão do cidadão poderá trazer. Nesse cartão poderá constar simultaneamente informação de cariz fiscal, biométrico, médico, político ou criminal. Dizem-me os convertidos a este processo de invasão da privacidade, que a informação estará protegida, que haverá protecção de dados, que a confidencialidade está garantida, mas não é difícil imaginar que haverá pessoas com má fé, dentro ou fora do sistema, que poderão usar ou deturpar a informação ao seu dispor. A tecnologia tem que avançar mas já é suficientemente preocupante a discrepância que existe entre o produtor de tecnologia e o seu vulgar utilizador. Eu, por exemplo, estou a anos-luz de conseguir perceber a tecnologia que uso no meu dia-a-dia. Desde o Messenger ao cartão de débito, do telemóvel ao PC, estou mais próximo de um homem do séc. XVIII do que um sofisticado engenheiro do séc. XXI.
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