11/12/2009

Hugo Chávez

Lembro-me de Hugo Chávez suscitar empatia quando chegou ao poder. Houve pessoas que saudaram o novo líder, que finalmente traria prosperidade ao povo da Venezuela, governando para este. Ele tinha tudo para se gostar dele. Era socialista, anti-globalização e tinha um ódio visceral pelos «imperialistas» americanos. O contraste entre uma América governada por Bush e uma Venezuela liderada por Chávez ainda acentuava o fascínio pelo homem. Mesmo quando Chávez decidiu perpetuar-se no poder, querendo alterar a Constituição por referendo, onde perdeu o sufrágio na primeira vez, mas obteve vitória numa segunda votação, ele não perdeu muitos simpatizantes, porque segundo estes, os referendos exprimem os desejos do povo, e se o povo queria um presidente vitalício, isto não poria em causa o estado de direito.
Agora as coisas são diferentes, já ninguém repete os elogios do passado sobre Chávez, e as últimas informações que vêm da Venezuela mostram um país em cacos, onde há água, luz e serviços básicos racionados, uma economia em ruínas e onde é evidente que os Venezuelanos sofreram um retrocesso de anos nos seu desenvolvimento. Poderia se dizer que a ruína dos Venezuelanos começou com a diminuição do preço do crude nos mercados internacionais. Chávez nacionalizou a extracção de petróleo do país, mas se formos ver com atenção, reparamos que mesmo se os preços tivessem em alta, a produção de crude na Venezuela desceu tanto, devido ao desinvestimento e à incapacidade de gestão dos homens de Chávez, que hoje o lucro desta diminuiria para níveis muito inferiores aos registados no início do regime.
O estado da Venezuela é um bom exemplo de como o populismo e o chauvinismo de esquerda podem arruinar um país. Se formos ver com atenção as políticas de Chávez agradaram a muitos, pelo seu humanismo e voluntarismo, mas o resultado está a ser tão mau, que nada, mesmo nada, neste momento, se aproveita. Qualquer governante deve aprender com estes exemplos. Na política temos que tomar medidas impopulares, não existe dinheiro para tudo, e o importante é sempre garantir o melhor resultado global.

Sem comentários: