Metade do país não suporta Sócrates, e se olharmos para o parlamento, é mais de metade. Não sei se Sócrates é um infortunado ou um afortunado. Podemos ver as coisas de duas perspectivas. Por um lado temos um Sócrates que permanentemente está envolvido em casos estranhos, que envolvem corrupções, negócios ilícitos e práticas menos ortodoxas. Sócrates já foi acusado de ornamentar o currículo com informações falsas, de fazer exames ao Domingo, de estar associado ao caso Freeport, e agora ao caso Face Oculta. E ainda há aqueles casos que não mencionei. Sócrates, no entanto, parece sair luminoso de cada uma destas situações, como se não fosse nada com ele. Ou são cabalas, ou equívocos, ou familiares interesseiros, nada disto parece ser suspeito, são apenas infortúnios que calham ao homem, e que o bando dos seus detractores aproveita-se para minar a sua autoridade e legitimidade que foi concedida pelo voto dos portugueses. Os socialistas defendem acerrimamente Sócrates, mesmo quando as evidências são cada vez mais sonoras. Aqui é o lado afortunado do nosso primeiro-ministro, Sócrates tem hostes devidamente convencidas da primazia e idoneidade do líder. Sócrates poderá ser um mau primeiro-ministro, todos sabemos do fracasso na justiça, do infeliz resultado com os professores e do estado da economia e das finanças. Tudo isto parece pouco importante para os seus apoiantes.
Sócrates apesar de ser um mau primeiro-ministro não vai ser lembrado por isso. Estou convicto que apesar disto tudo, Sócrates tem razão num ponto. O casamento entre pessoas do mesmo sexo será, na minha opinião, uma das poucas coisas bem feitas por este governo socialista. Será no futuro um marco importante e muitos não esquecerão que foi Sócrates que tornou isso possível. É pena que a direita não compreenda isto.
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